O que devemos ao PT
O que devemos ao PT
por Benedicto Ferri de Barros em 30 de junho de 2006
Resumo: Engana-se quem pensa que os cidadãos de bem do país não devem nada ao PT. Devem muito, especialmente por demonstrar que o país consegue sobreviver apesar do maior desgoverno já visto no Brasil.
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Como declarou em Paris ao confessar o uso de Caixa 2 na sua eleição, dando como explicação que isso não era invenção de seu partido, mas prática institucionalizada da política nacional, essa é a primeira dívida que o povo brasileiro tem para com o chefe do petismo: a comunicação da nojeira conhecida de todos os que fazem política no País e somente ignorada pelos cidadãos-contribuintes-eleitores que os elegem e pagam por isso. Realidade que em mais de uma ocasião foi reiterada pelos próceres petistas. Esta, entretanto, é apenas uma contribuição indireta, vaga e difusa, mal compreendida e ainda não digerida pela cidadania brasileira. Há outras, muito mais importantes.
Devemos ao PT a explicitação de que na política o uso da palavra Ética pode significar um palavrão pornográfico para encobrir o máximo de indecência, acobertando até roubos e crimes. E que os indiciados pelas comissões de investigação e de Ética do Congresso (cujos elevadíssimos custos são pagos por nós) podem ser corporativamente absolvidos por seus pares, ou iguais, que votam secretamente, escondidos de seus representados.
Devemos ao PT a evidência de que trânsfugas ou banidos da vida política conservam contudo seu pleno direito de voltar, serem re-eleitos e permanecer nela a despeito dos erros, desmandos e crimes cometidos.
Devemos ao PT a demonstração ainda mais espantosa, de que a despeito de um completo desgoverno o País é capaz de sobreviver e continuar a se desenvolver pela atividade privada de seus cidadãos, como se a economia não tivesse nada que ver com a política, embora esta seja capaz de impedi-la de crescer conforme as possibilidades e necessidades do povo e do País.
Muito mais que tudo isso, devemos, porém ao PT o extraordinário avanço na consciência política e cívica dos cidadãos-eleitores-contribuintes, de que o preço da liberdade, como repetia Eduardo Gomes citando consagrado axioma político, é a eterna vigilância dos cidadãos com referência aos atos de seus representantes e autoridades – como se viu no caso Nildo, modesto caseiro, cuja coragem simples e disposição de "dizer a verdade até morrer", bastou para derrubar uma das mais poderosas figuras do PT.
O que o PT fica nos devendo é a explicação de como, apesar de tudo isso que deixou às claras, ainda insiste em permanecer no desgoverno, arrebentando para isso as finanças públicas mediante o estouro de verbas, os desbundes distributivistas, a compra por atacado de votos dos cidadãos menos esclarecidos com dinheiro dos cidadãos-contribuintes.
Para nada falar do seu ministro da Justiça que se omite nos seus deveres constitucionais de tomar medidas adequadas contra os atos subversivos e terroristas perpetrados pelo ilegal MST em todo o território nacional.
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