Um ponto de vista

Um ponto de vista
por José Luis Sávio Costa em 02 de agosto de 2006

Resumo: Com a quantidade de informações existentes sobre o agitador Stédile, é praticamente impossível que o Comandante da ESG desconhecesse seus vínculos - oficiais ou não - com Hugo Chávez.

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Após saber que a ESG convidara um intelectual de idéias contrárias ao indigitado Stédile procurei confirmar o fato, via um e-mail ao Senhor Denis Rosenfield, articulista que admiro, tendo recebido a seguinte resposta:

“Prezado José Luiz

Minha conferência na ESG foi na quarta-feira, dia posterior ao de Stédile. Depois, fui convidado para um almoço com o Comando.

Em minha fala, mostrei documentos que atestam o desprezo do MST pelas FAs, contrariando o dito no dia anterior.

Abs, Denis Rosenfield”.

A resposta do conferencista, afirmando ter replicado as afirmações falaciosas do militante maior do MST, Stédile:

- amigo de Bruno Costa Albuquerque Maranhão, seu companheiro nas ações campesinas, promotor de arruaças na Câmara e membro da Direção Nacional do PT;

- fraterno amigo do Luis Inácio Lula da Silva, suposto dirigente máximo deste nosso pobre país; e

- amicíssimo do destrambelhado Hugo Chávez, designado agora como extraordinário aliado pelo Luis Inácio na Cúpula de Córdoba (coisa que há muito desconfiávamos);

deixou-me alegre pela atitude do senhor Denis Rosenfield e, ao mesmo tempo, preocupado...

Seria muito esperar que os galhofeiros da pena, agentes profissionais da desinformação, intelectuais orgânicos militantes na mídia, fossem dar espaço ao que um articulista da linha e porte do senhor Denis Rosenfield pudesse falar, contestando afirmativas unilaterais do confesso marxista-cristão (sic) Stédile e seus auto-enganados assistentes bajuladores .

Com certeza entre os bajuladores do Stédile se encontrava o Sr. Américo Chaves, membro do Conselho Superior da ADESG, que aprova a ação de Barros Moreira e provavelmente sabe que há fato passado ocorrido em palestra havida em Recife, PE, promovida pela ADESG, na qual Barros Moreira, acompanhado pelo Gen. Durval Andrade Nery, conhecido por seus escritos no Hora do Povo, jornal do MR-8, proferiu palestra na mesma linha anti-imperialista do Stédile, nossa velha conhecida. Eta turma melancia!

Com o que escritores de peso e cidadãos de respeito já escreveram sobre o agitador Stédile é praticamente impossível que o Comandante da ESG, Barros Moreira, desconhecesse os vínculos do marginal com o tresloucado Hugo Chávez por vias oficiais ou não.

Protagonista de uma corrida armamentista Chávez desencadeia, sob a tutela de Fidel, uma ação coberta por uma imaginaria “Revolução Bolivariana”, para sua aventura anti-imperialista contra os EUA, com o apoio ao que parece declarado do “montonero” Kirchner, do cocalero Evo e do Luis Inácio Lula da Silva, adepto de “uma boa idéia”.

Qualquer um medianamente informado sabe dos laços que unem o MST, as FARC, Fidel Castro e o Hugo Chávez. Ninguém desconhece, também, os vínculos destes com o PCC, via Fernandinho Beira-Mar, Marcola e o narcotráfico.

A conexão e a identidade ideológica de Chávez com as FARC, com Fidel, com o MST e os demais atores citados com os interesses das esquerdas radicais latino-americanas estão expressos no site “Rebelión”, editados em Cuba em artigos do “Venezuela. Una revolución sui géneris” escrito por Marta Harnecker (19-12-2004) viúva do Barbaroja e diretora do Centro de Recuperação e Difusão da Memória Histórica do Movimento Popular Latino-americano. O Centro é, na realidade, um órgão de orientação político-ideológico para as ONGs que atuam na seara da “sociedade civil organizada”, integrando o novo “bloco histórico” em oposição às classes dominantes na visão gramsciana.

Marta Harnecker vive em Havana desde 1974, onde se casou com o lendário Manuel "Barbaroja" Piñero Losada, falecido em 1998, e o grande articulador dos movimentos guerrilheiros latino-americanos, entre os quais os “rodriguistas” da Frente Patriótica Manuel Rodríguez (FPMR) e os “miristas” do Movimento de Izquierda Revolucionaria (MIR) que ornaram nossas prisões, sendo visitados por ilustres membros da cúpula do PT.

O nome da cientista política Marta Harnecker é bem conhecido. Há anos, as suas análises têm sido indispensáveis para entender o que se passa no continente. Sintonizada com o movimento comuno-operário ela tem percorrido inúmeros países, inclusive o Brasil, para conhecer e influir de perto nos conflitos sociais. Atualmente, ela está debruçada sobre a revolução bolivariana liderada pelo presidente Hugo Chávez Frías. Marta Harnecker esteve recentemente no Rio de Janeiro, acompanhando a comitiva do governo da Venezuela que veio participar da Cúpula do Rio de Janeiro.

Numa palestra franqueada ao público no Sindicado dos Jornalistas do Município do Rio de Janeiro, João Pedro Stédile, o líder do MST até então tido como o agente Número 1 do Terror Vermelho na vida rural brasileira, depois de encontro com Chávez, declarou alto e bom som: “Se me derem dois milhões de jovens militantes, eu faço uma revolução neste país”.

Recentemente, os serviços de Inteligencia latino-americanos identificaram na Cúpula de Córdoba, a presença do Hezbollah junto com as várias organizações revolucionárias latino-americanas: FARC, ELN, Sem-Terra, Indigienistas, EZLN, Piqueteros argentinos , ampliando a natureza do conflito possível.

As compras de armas da Venezuela e a aliança entre os atores da esquerda revolucionária firma como lógica a ampliação do conflito, de início na área amazônica com a ascensão das FARC e posterior expansão para outras áreas do continente, com o natural envolvimento de países extra-continentais, caso Chávez firme sua aliança com o Irã ou amplie sua corrente armamentista.

Dou plena aprovação ao comentário, num artigo difundido na Internet, a respeito da atitude de Barros Moreira:

"Que um governo que coloca suas alianças revolucionárias acima das leis ajude o MST a implementar uma inversão de legitimidade que torne aceitável seus crimes não é supreendente. A novidade é que um alto oficial das Forças Armadas, personificando se disponha tão bisonhamente a colaborar com tal ato(...).

Se ele o fez com cara de inocência, das duas uma: ou foi por ser idiota o bastante para acreditar que não havia nisso nada de mais, ou foi por saber que a camuflagem anestésica é indispensável à transição indolor pretendida pelo MST. Nos dois casos, a indignação que tantos oficiais militares vêm mostrando contra ele é mais do que justa: é moralmente obrigatória. O que esse homem lhes pediu foi que se curvassem alegremente à desonra consentida, depois de tantas humilhações já impostas às Forças Armadas. Foi a proposta mais indecente que um oficial brasileiro já fez à corporação militar”.