Uma caridade: não me peçam, mesmo os petralhas, para comentar coisas ditas por Paulo Henrique Amorim. Tudo tem limite, né? O que penso do pensamento dele eu já lhe disse pessoalmente, num debate havido na Livraria Cultura certa feita. Alguns dos freqüentadores deste blog estavam lá. Alguém que tem a coragem de afirmar que a prova de que a Globo conspirou contra Lula está no fato de que a emissora teria dado ao acidente da Gol menos destaque do que deu à fotos do dossiê já rompeu seus vínculos com a realidade há muito tempo. Só dou porrada — ou tomo de — em quem tem tamanho para apanhar ou para bater. Já discordei das escolhas editorias do jornalismo da TV Globo algumas vezes; já concordei com elas outras tantas. A suposição de que exista na emissora um núcleo apto a praticar conspiração é uma dessas facilidades a que as esquerdas recorrem de vez em quando para patrulhar e pautar a mídia. Paulo Henrique não reclamou quando Lula, em 2002, recém-eleito, deu plantão no Jornal Nacional. Reparem como os petistas só protestam quando a emissora não lhes faz as vontades. Em Dois Córregos, uma terra de bravos, há o ditado: “Gato ruivo, quem usa cuida”. Só pode supor que a Globo distorce fatos a serviço deste ou daquele quem, por sua vez e em sua praça, distorce fatos a serviço sempre “deste”, mas jamais “daquele”. E também não me meto em problemas cuja origem é, vamos dizer, psicanalítica. A única atitude moralmente decente de quem foi, um dia, estrela da Globo é falar bem da emissora. Ou a suspeita de ressentimento haverá de turvar para sempre qualquer juízo de valor. No dia em que a Veja der um pé no meu traseiro, prometo não sair por aí falando mal da revista. Leiam Genealogia da Moral, de Nietzsche. Ali há o confronto de duas morais: a dos escravos e a dos senhores. Eu escolhi a minha: sou senhor. E ignoro os servos dos próprios ressentimentos. Já tá bom, né?
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