Lasciate ogni speranza, voi ch’entrate !
Lev Davidovitch Bronstein, ou Leon Trotsky, foi o organizador do Exército Vermelho e co-fundador da III Internacional, ou Komintern, com Lenin, em 1919 (a I Internacional existira de 1864 a 1876, sob Marx e Engels; a segunda, apenas com Engels – Marx morrera em 1883 - de 1889 a 1914; e a "2 ½", ou "de Viena", transcorreria em 1921, resultando na fundação da Internacional Socialista). Entretanto, Lenin sucumbiria ao câncer em 1924. E Trotsky, seu sucessor natural, sucumbiria a Josip Vissarionovitch Djougachvilii , aliás Joseph Stalin, que o perseguiu, levando-o a exilar-se em Coyoacán, México, até 1940, quando seria assassinado, a mando do ditador russo, com uma picaretada no crânio, aplicada por um agente cubano – Ramon Mercader del Rio – que se fez passar por namorado da filha de Trotsky, para conseguir penetrar em seu bunker. Dois anos antes, entretanto, mais precisamente em setembro de 1938, Trotsky fundaria, em Paris, a IV Internacional, regida por seu escrito máximo, até hoje seguido – o "Programa de Transição" - e mobiliada com centenas de seguidores seus espalhados pelo mundo, os quais, desde 1924, inconformados com a defenestração do líder, haviam rompido em definitivo com o stalinismo e provocado "rachas" históricos em todos os Partidos Comunistas afiliados. Esse, o embrião do trotskismo. Morto Trotsky, dividiu-se a IV Internacional em uma miríade de "Tendências", "Frações" e Centros irradiadores, cada qual reivindicando a si o título de autêntico sucessor do líder e a posse de seus cetro, manto e coroa. Assim, digladiaram-se, dentre outros, o grego Michel Raptis ("Pablo"), os argentinos Homero Romulo Cristalli Frasnelli ("Juan Posadas") e Hugo Bressano ("Nahuel Moreno"), o belga Ernest Mandel, o húngaro Varga, o inglês Gerry Healy, o boliviano Guillermo Lora, e o francês Pierre Lambert. Quase todos esses gurus tinham, ou ainda têm, seguidores no Brasil, que adotaram denominações derivadas de seus cognomes, como os "posadistas" do jornal Frente Operária, desde os anos 50; os "morenistas" da Convergência Socialista, ou Alicerce, hoje legalizada como PSTU; os "loristas" da Organização Quarto – Internacionalista, ou Causa Operária, ou "Avanlu", hoje PCO, também legal; os "mandelistas" da "Democracia Socialista" e do jornal Em Tempo; e os "lambertistas" da Organização Socialista Internacionalista (OSI), ou Libelu, do jornal O Trabalho.
Após a Anistia, em 1979, essa turma recomeçou a colocar a cabeça de fora. Não havia mais espaço para as organizações adeptas da guerrilha "militarista", de linhas cubana (como a VPR de Lamarca) ou chinesa (como o PC do B de Genoíno). Restava o trotskismo. E foi o trotskismo que, aliado a antigos adeptos daquelas linhas, ao clero progressista seguidor de Gramsci, a sindicalistas inflamados e a outras correntes...engendrou a fundação do PT, em 1980, tendo as iniciativas nesse sentido tomado corpo a partir da primeira greve do período militar (Scania, 1978), mas principalmente em 1979.
Uma das grandes diferenças entre os trotskistas e as demais "linhas" marxistas-leninistas, além do revolucionarismo internacionalista e violento, primordialmente urbano e forte nos setores industrial e de serviços públicos, é o fato de os primeiros nunca terem governado um país, como ocorreu com o stalinismo (URSS e seu bloco, Cuba etc) e o maoísmo (China e seus seguidores). Todavia, um fato novo parece ter aberto o caminho para superar essa lacuna - a ascensão do PT ao poder. A "intelligentsia" do PT conta com antigos "lambertistas" e "mandelistas", todos em cargos de alto nível, além de marxistas-leninistas não trotskistas. Paradoxalmente, o mundo já mandou tudo isso para o Limbo da História – lugar onde se lançam coisas inúteis; em 09/11/1989, tantos frutos apodrecidos caíram com o Muro de Berlim. Mas como mortos-vivos que não sabem que devem voltar à sepultura, os órfãos de Lenin, ao lado do maoísta MST, de terroristas das FARC e do Sendero Luminoso, reuniram-se no Brasil, logo depois - início de 1990 - criando o Foro de São Paulo – quem sabe, uma "V Internacional" – tramando talvez concretizar antigo sonho – um país trotskista. Para tanto, mister é intoxicar as mentes dos inocentes úteis com o esclerosado proselitismo comunista - agora com o aval do próprio MEC.
Só resta invocar meu soberano direito de opinião, enquanto não me censuram, para manifestar minha revolta contra tamanha iniquidade que se perpetra contra meu país. E rezar para que o povo brasileiro vote melhor no próximo domingo, 29/10/2006, evitando a sobrevinda desse Estado de que, segundo Lula, "os ricos não precisam" - o estado trotskista. Caso contrário, só nos restará estampar em grandes "outdoors", em todos os pontos de entrada do Brasil, a frase que, segundo Dante Alighieri, adorrna o portal de entrada do Inferno:
Lasciate ogni speranza, voi ch’entrate !
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