Lula pede aos militares que não lhe façam oposição
Segunda-feira, Novembro 13, 2006
Lula pede aos militares que não lhe façam oposição nas casernas e aceitem orientação regional para Defesa
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Por Jorge Serrão
A contrapartida do governo para o “silêncio obsequioso” dos chefes militares será a promessa de mais investimentos para as forças armadas, no segundo mandato, além da garantia de que os militares não serão afetados por quaisquer medidas macro-econômicas que venham a ser tomadas pelo governo. O problema de Lula é que os militares, idealistas, não costumam aceitar “moedas de troca”. Além disso, Lula deixou livres os alto-comandos do Exército, da Marinha e da Aeronáutica para que façam a escolha de seus futuros comandantes. Lula só escolherá o Ministro da Defesa, que poderá até ser um civil, embora tudo indique que será um militar com visão e ação política.
Os militares se irritam com a estratégia petista de incentivar a sindicalização de militares de patentes mais baixas, além de apoiar e incentivar, na surdina, o movimento denominado “Capitanismo”, que faz uma série de reivindicações no âmbito das três forças. Outra orientação difícil de empurrar goela abaixo dos oficiais de alta patente é a aproximação estratégica com a Venezuela. Os novos chefes militares foram aconselhados a concordar com a política do governo de formar um bloco de atuação com as demais forças armadas da América Latina. Os militares encaram com ressalvar o fato de que Hugo Chávez, como comandante militar do Foro de São Paulo e agora do Bloco Regional de Poder Popular, seja o orientador da política regional para as Forças Armadas. Lula quer que os militares brasileiros aceitem tal orientação sem reclamar. Ignorando a tradicional postura militar brasileira, o novo ministro da Defesa deverá seguir tal orientação regional para a Defesa.
No momento, o nome mais cotado para ocupar o ministério da Defesa é o General de Exército Alberto Mendes Cardoso, que criou a Abin e o Gabinete de Segurança Institucional no governo FHC. Mas existem chances de o cargo ser ocupado por outro militar de tripla articulação: política-ideológica (à direita e à esquerda), e no setor empresarial de Ciência & Tecnologia. Trata-se do ex-presidente do Superior Tribunal Militar, Tenente-Brigadeiro-do-ar Sérgio Xavier Ferolla. Respeitado nas três forças, pois foi comandante da Escola Superior de Guerra (ESG), o militar é visto com extrema simpatia pelo governo petista, depois de dar seu apoio público ao Movimento dos Sem Terra, em recente artigo na Folha de São Paulo.
Ferolla também está prestigiado entre os petistas por ter dado uma palestra na mesa de debates sobre “Soberania da Pátria Grande e Defesa Militar”, ao lado do General Raúl Baduel, ministro da Defesa da Venezuela, na reunião para a criação do “Bloco Regional de Poder Popular” (BRPP), nos dias 27, 28 e 29 de outubro, cidade de Sucre, na Bolívia. Se ele não emplacar o Ministério da Defesa, poderá ocupar ou indicar alguém de sua confiança para comandar a área de ciência e tecnologia do governo, voltada para o setor aeroespacial, que é sua especialidade. Já a indicação do General Cardoso, considerado um militar diplomático, seria uma tentativa de composição com os tucanos.
A indicação de Marta Suplicy para o cargo da Defesa é mera especulação.Além de Ferolla, outros nomes menos cotados, porém possíveis, para a Defesa são o de Marco Aurélio Garcia e do presidente da Câmara, Aldo Rebelo. Mas a posição ideológica de ambos, bem definida, poderia ser considerada um confronto com as forças armadas. Muitos oficiais da ativa (manifestando-se nos bastidores) e da reserva (manifestando-se publicamente) não enxergam com bons olhos a recente tentativa de “revanchismo” contra os militares. A ação é simbolizada pela tentativa de processo civil, promovida pelo Movimento Tortura Nunca Mais, contra o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, que é o líder do Movimento Terrorismo Nunca Mais. O Comando do Exército alega que, "como o assunto está tramitando na Justiça, o Exército Brasileiro não se pronunciará". Mas as “legiões” estão atentas e de prontidão para o “respeito à Constituição”. E o governo sabe muito bem disto.
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