Evo viu a uva
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24 de fevereiro de 2007 | |||||
Resumo: O que é necessário ficar claro é que Lula não é bobo, nem generoso, nem está “se deixando levar” por Evo Morales. O que ocorre é que ele é fiel às demandas do Foro de São Paulo de solidariedade internacionalista aos partidos membros. © 2007 MidiaSemMascara.org Quando eu era menina existiam uns Cadernos de Caligrafia que hoje certamente não existem mais, caíram em desuso, e que serviam para aprimorar a caligrafia das crianças na idade pré-escolar. Cada página continha uma frase utilizando as letras do alfabeto e lá no fim, com relação à letra “v”, havia a frase: “Ivo viu a uva”. Lembrei-me do presidente da Bolívia, o cocalero Evo Morales por causa do nome e, ao mesmo tempo, veio-me à lembrança a fábula de Esopo que fala da inveja que uma raposa faminta sentiu pelas uvas apetitosas que havia num parreiral e que, não podendo alcançá-las, alegou ter desistido de pegá-las porque estavam verdes. Entretanto, no nosso caso o final é oposto ao da fábula pois em vez de desistir, alegando que as uvas não estavam maduras, Evo viu a uva e conseguiu não só este cacho mas convencer o empregado da fazenda de que deveria lhe fornecer boa parte do parreiral para saciar seus desejos e os da sua faminta matilha. No dia 15 de fevereiro o Brasil foi surpreendido com um acordo a que chegaram os presidentes do Brasil e da Bolívia sobre o reajuste do preço do gás oferecido por aquele país. O percentual de aumento acordado foi nada menos que 252% para a Termocuiabá, que abastece o Mato Grosso e que a Petrobras passará a pagar para a Bolívia a partir de 15 de março, mas esse valor não é só pelo gás mas também pelos subprodutos que vêm misturados ao insumo. A Petrobras aceitou a proposta mesmo não tendo ainda como utilizar esses subprodutos pois, segundo o presidente da empresa, Sérgio Gabrielli, “os gases nobres só poderão ser usados se a empresa construir uma planta de separação desses insumos, o que ainda vai demandar pelo menos um ano e algum investimento”. Quer dizer, além de pagarmos a fortuna de US$ 100 milhões ao ano à Bolívia por um produto que só é utilizado em parte, se quisermos aproveitar os outros gases nobres que vêm junto no pacote teremos que desembolsar mais dinheiro, tudo para que o país vizinho tenha uma receita adicional de aproximadamente US$ 44 milhões por ano.
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