Le Roi est mort, vive le Roi! Mais... quel Roi?
por Heitor De Paola em 25 de fevereiro de 2007
Resumo: Durante a convalescença de Fidel, Chávez, que se considera seu “filho ideológico”, visitou-o em cinco ocasiões, incluindo seu aniversário em 13 de agosto.
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Em artigo publicado em 27 de julho p.p. (A colheita final: URSAL em marcha) adiantei algumas especulações sobre a sucessão em Cuba baseado no fato de que o príncipe coroado, o primeiro-irmão Raúl, Vice-Presidente do Conselho de Estado e Ministro da Defesa, nunca teve a confiança de Fidel por carecer de carisma e capacidade de liderança. Designá-lo poderia desencadear uma luta pelo poder que acabaria com o regime comunista. E acrescentei, antes mesmo da previsível re-eleição de Chávez:
Mas, e se a saída for uma outra, já prevista (num suposto) Protocolo Secreto, com um novo líder não cubano? Claro está que este substituto já foi encontrado, mora no Palácio Miraflores, em Caracas, e atende pelo nome de Hugo Rafael Chávez Frías. Chávez poderia ser o novo Fidel, só que não mais um Fidel que depende de ajuda para sobreviver, mas um sentado em cima de milhões de barris de petróleo, com forças armadas reforçadas e no total controle da população de seu país.
Baseado no fato de que cada vez mais se percebe a união de interesses entre Chávez e Castro, especulei sobre a formação de uma Federação ou Confederação entre os dois países, já que tal intento fora mais de uma vez mencionado por ambos os líderes. De qualquer modo, como o comunismo é internacionalista, Chávez poderia, com vantagens, substituir outro dos “pais da revolução” também não cubano: o mítico Che Guevara - e fazer dupla com Raúl – o Regente e o Heir Apparent.
Pois o Diario de Yucatán, da Capital da Província, Mérida, em sua edição de 05/02 (http://www.yucatan.com.mx/noticia.asp?cx=99$1410000000$3480233&f=20070205) sob o título Chávez, cada vez más familiar en Cuba, relata textualmente: “Ao sair do Aeroporto (José Martí), de Havana, um cartaz gigante com o rosto sorridente de Hugo Chávez parece dar as boas vindas a Cuba, onde, com a doença do líder cubano Fidel Castro, a presença do Presidente venezuelano se torna cada dia mais familiar. Nas casas de câmbio, nas salas de aula e até em barbearias se encontra a foto de Chávez, algumas sozinho, outras com Fidel, sempre com sua simbólica camisa vermelha”.
Isabel Collazo, 55, funcionária de uma lavanderia, declara: “Ele é considerado um irmão nosso por suas atitudes. Oxalá ficasse mais tempo por aqui. Para nós é mais um cubano”. Ignácio Morales, um taxista estatal, pergunta: “Como não vou gostar de Chávez? Os que não gostam dele não são revolucionários”.
Durante a convalescença de Fidel, Chávez, que se considera seu “filho ideológico”, visitou-o em cinco ocasiões, incluindo seu aniversário em 13 de agosto. No último dia 31 de Janeiro, seis meses depois de ter “delegado” o poder, Fidel reapareceu na TV cubana acompanhado dele, oficializando a posição de Chávez como seu único porta-voz autorizado. A reunião entre os dois durou duas horas. Não há registro, ao menos com destaque, de fotos atuais de Fidel com Raúl ou qualquer outro líder cubano. Nos controladíssimos meios de comunicação de Cuba, Chávez e a Venezuela são diariamente manchete.
Foto de segunda-feira, 08/02/2007 No GRANMA, órgão oficial do PCC http://www.granma.cubaweb.cu/secciones/galerias/galeria7/foto5.htm |
Sobre a possível formação de uma Federação ou Confederação entre os dois países o informe do Granma diz sem rodeios:
“Durante dos horas conversaron en la tarde del lunes (o8/02/07) estos hermanos de ideales y batallas, en un emotivo encuentro donde se habló de los derroteros de Venezuela y Cuba, de los nuevos acuerdos recién firmados, del ALBA que se fortalece (…) Chávez trajo el abrazo y los sentimientos de los millones que quieren a Fidel. El Comandante en Jefe le recibió con todo el cariño y la amistad que alberga para el pueblo bolivariano y su líder. Al amparo de Bolívar y Martí volvieron a juntarse dos pueblos, dos hermanos”.
‘Al amparo de Bolívar’ (idem) |
Como Martí é pouco conhecido fora de Cuba usa-se a figura de Simon Bolívar, um defensor do liberalismo e dos princípios da Constituição Americana, para agregar na Alternativa Bolivariana para las Américas (ALBA).
Sobre a possível reação americana escrevi:
E os Estados Unidos, o que fariam? Se continuarem dando ouvidos aos “especialistas em América Latina” Vargas Llosa, Montaner e Otto Reich, provavelmente continuarão apostando na esquerda soft, vegetariana, representada por Lula, Tabaré Vazquez e Bachelet! A não ser que os tremores no México sejam fortes demais. Como se sabe, os interesses americanos ao sul do Rio Grande se esgotam da Província de Yucatán. Este é, a meu ver, o grande risco do plano do Foro de São Paulo.
Hoje já se sabe que o candidato castro-chavista Lopes Obrador foi derrotado e não é de se esperar tremores vindos do México. Pois bem: já saiu nos jornais de 08/02/07 que Bush virá ao Brasil, onde ficará umas poucas horas, só para parlamentar com Lula para contrabalancear o radicalismo de Chávez! Lula, Marco Aurélio Garcia, Zé Dirceu et caterva devem estar quase morrendo de tanto rir do “grande líder das democracias ocidentais”! No entanto, uma notícia de hoje na Folha de São Paulo, intitulada “Brasil se recusa a ajudar EUA a conter Chávez”, mostra que “o subsecretário de Estado para Assuntos Políticos, Nicholas Burns, ouviu do ministro Celso Amorim (Relações Exteriores) que a política de isolamento não dá resultado e acabou concordando com a necessidade de diálogo direto. Amorim disse que o Brasil não fica passando recado. Eles têm embaixador lá. Há formas de diálogo sem necessidade de que o Brasil se arvore como mediador”.
Embora Condoleezza Rice tenha batido forte em Chávez, dizendo que “o presidente da Venezuela está destruindo seu país, econômica e politicamente”, suspeito que o Council on Foreign Relations, quem realmente manda na política externa americana, está preparando o terreno para os EUA aceitarem pacificamente a URSAL em troca de apoio para o processo já adiantado de união dos três países da América do Norte numa North American Commonwealth, ou algo que o valha. Estariam em formação acelerada não um, mas dois novos blocos, preparando terreno para o tão ansiado Governo Mundial. Ainda mais que o Governo Mundial já funcionando no East River concedeu a Chávez, através de seu Ministério da Cultura (UNESCO) em 2005, o Prêmio Internacional José Martí “por sua contribuição para a unidade e a integração dos países da América Latina e do Caribe”.
Fico matutando: será por isto que Bush, ligado ao CFR, não tomou a única decisão correta para defender os interesses americanos: sair da ONU, retomar o prédio e dar 24 horas para que saiam todos que lá trabalham e que vão à ...?
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