Três fatos transformam o caso em um tsunami prestes a gerar muita devastação no mundo togado. Primeiro, o cliente tem gravações da estranha conversa entre o magistrado e a advogada. Em um dos trechos, ela sugere ao juiz que o caso seja passado a um conciliador – e não decidido por ele -, o que aconteceu. Segundo, a conversa foi ouvida e anotada pela repórter de uma revista de circulação nacional, que prepara, há dois meses, uma reportagem sobre denúncias nos juizados especiais. A matéria deve ser publicada até abril. Terceiro, o cliente lesado presta assessoria para um Senador da República. Apesar disso, a corregedoria do Tribunal de Justiça do RJ prometeu responder à reclamação dele em breve: no próximo dia 22 de julho.
Esse e tantos outros casos que não são denunciados oficialmente comprovam a inutilidade prática da Justiça Especial Cível (mais conhecida como tribunais de pequenas causas) ou das Câmaras privadas de Conciliação. Nestes espaços, nos quais deveria prevalecer a Justiça, mostra-se mais forte o injusto poder econômico das empresas que lesam o direito básico dos consumidores. Além disso, os juizados especiais estão abarrotados de processos – quase sempre mal julgados por juízes sobrecarregados de trabalho, que mal avaliam as petições iniciais dos queixosos.
Esse é o quadro da barbárie jurídica no Brasil, consagrando a injustiça e a impunidade.
Por Jorge Serrão
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