pan de monio

Primeiro a licitação sumiu...

... agora foi a vez do contrato se perder. Depois da não explicada dispensa de licitação na disputa pelo contrato de segurança do Pan, com a contratação da Motorola por R$ 161 milhões, a empresa Alcatel-Luciente entrou na Justiça para ter acesso aos documentos que embasaram o processo de escolha do governo. Afinal, dizer apenas que há questões de "segurança nacional" referentes ao serviço é um pouco amplo demais, saco sem fundo no qual qualquer coisa cabe.


A empresa prejudicada pela dispensa de licitação teve sucesso no pedido, e a 7ª Vara da Justiça Federal de Brasília mandou ontem dois oficiais de Justiça ao Ministério da Justiça para obter os documentos. Mas apesar da ordem da Justiça e do mandado de busca e apreensão, os oficiais voltaram ao fórum com as mãos abanando. O ministério "alegou ausência de um funcionário para a procura e entrega dos papéis" (Folha de S. Paulo). Se a falta de licitação sem que explicações fossem fornecidas já levantava suspeitas, o sumiço do contrato causa ainda maior estranheza. É inaceitável, e difícil de acreditar, que contrato de tão vultoso valor e que contém informações secretas sobre "segurança nacional" fique perdido no meio da papelada e que seja preciso ter um funcionário a disposição para encontrar papéis em tamanha bagunça.

Mas se não é possível acreditar em tamanha desorganização no ministério da Justiça, então é preciso perguntar: Dr. Márcio, o que tem neste contrato? Porque agora o óbvio é suspeitar que algo bem cabeludo esteja nestes papéis, possível explicação para a recusa do ministério da Justiça em cumprir uma ordem... da Justiça.