20060415
TERAPIA DE GRUPO – por Adriana Vandoni
O encontro organizado pelo governo do estado na segunda-feira foi fantástico. A estratégia de levar o problema do campo para ser debatido no centro econômico do país foi perfeita. Os debates foram de altíssimo nível, os profissionais convidados foram escolhidos a dedo. Tive muita satisfação de reencontrar dois ex-professores, Mauro Lopes e Lia Valss, da FGV. Achei muito sensata e didática a fala do ex-ministro Pratini de Moraes. Pratini deu um enfoque mais humano e menos econômico, de gente que conhece e que já viu muita coisa.
Os participantes eram todos, direta ou indiretamente, ligados à área, logo, todos conhecedores da crise. São eles que estão sentindo na pele o que estão perdendo e sabem perfeitamente que isso pode ter conseqüências devastadoras para a economia brasileira.
Aí chegamos ao ponto que eu queria.
Os participantes eram sabedores dos problemas. Os debatedores eram entendidos dos números da crise.
E aí?
E aí que a intenção era chamar atenção do centro econômico do país para um problema que vem do interior e os atingirá em cheio, como disse um antigo texto publicado pelo secretário Vettorato. Será um Tsunami reverso, uma destruição que ocorrerá do interior para o litoral. Aliás, em minha palestra sobre cidadania em SP consegui introduzir o assunto "agronegócio" e, utilizando o exemplo da Tsunami, consegui a repercussão desejada entre os participantes, justamente pela facilidade da captação da idéia.
Mas a "repercussão" do encontro organizado pelo governo foi frustrante. Durante um dos intervalos ouvi de alguns o seguinte comentário, imitando uma fala do Dada Maravilha, lendário jogador de futebol: A problemática nós conhecemos, precisamos achar a solucionática.
Apesar de contar com a presença de muitos jornalistas, além dos de Mato Grosso, do presidente da Fiesp Paulo Skaf e do respeitado jornalista Joelmir Betting, o evento não teve a reverberação que eu esperava que tivesse.
Achei o encontro uma grande iniciativa, mas ele não era para debater a solucionática e como debatedor da problemática, sem ter tido a repercussão que deveria ter, acabou sendo uma espécie de terapia de grupo. Como diz um amigo, o diabo mora nos detalhes e pode ter faltado a esse encontro um planejamento de comunicação que assegurasse eco aos temas abordados.
A situação do campo é muito grave, e vai além do que podemos supor. As perdas causadas pela adoção de uma política econômica equivocada foram levantadas e relatadas, mas a insegurança e instabilidade ao direito à propriedade não foram colocadas à mesa, não houve tempo hábil para isso. Mas essa é uma questão importantíssima e de um perigo imenso. Tenho recebi diversos "pedidos de apoio e auxílio" de trabalhadores do campo, pequenos ou grandes proprietários de terras produtivas, que me relatam casos absurdos. Os grupos que agem no interior do Brasil parece já terem saído de controle. Através de um dos relatos, vindo do Rio Grande do Sul, tomei conhecimento de que uma das “células” do MST que vem aterrorizando até sitiantes, é comandada por um homem chamado Hugo Castelhano, um estrangeiro que mal fala o português e age com tremenda violência.
Talvez seja a isso que Tarso Genro se referia quando disse, durante uma entrevista a Globonews: “... nem o Lula, nem o Alckmin, nem o Fernando Henrique, que pode substituir o Alckmin, vai governar o País numa situação de tensão absoluta”.
Essa “tensão absoluta” pode ser uma guerrilha rural que já está instalada e sem controle. Portanto, pena que não houve repercussão. Valeu a intenção, mas a questão deve ir além de uma terapia de grupo.
Links indicados
L I N K S
Ordem e Vigilia Contra
Corrupcao
Video FSP
FSP I
FSPII
FSPIII
prova_cabal
A VERDADE SUFOCADA CAMARA DOS DEPUTADOS
.
IMPUNIDADE
VERGONHA NACIONAL
0 Comments:
Postar um comentário
<< Home