Não retirem as bandeiras das janelas!!!

Não retirem as bandeiras das janelas!!!

Mais do que nunca o Brasil precisa delas hasteadas

Alamar Régis Carvalho

alamar@redevisao.net

Que me desculpem meus amigos e minhas amigas, mas acho que está na hora de alguém chamar o povo deste país à responsabilidade. Sei que alguns que costumeiramente sempre são rigorosos comigo questionar-me-ão: “Alamar, quem és tu para chamar as pessoas à responsabilidade. Não te achas presunçoso demais?”.

Não estou preocupado se vão me achar presunçoso ou o que vão achar; quero apenas fazer a minha parte tentando levar ao meu país alguma palavra que, certamente, poderá conduzir algumas pessoas ao raciocínio, pelo menos no aspecto do que vou tratar.

Consta que o velho General De Gaulle havia dito: “O Brasil não é um país sério”. Alguns questionam se ele pronunciou mesmo esta frase, mas não importa. Se não disse, deveria ter dito.

É muito duro termos que constatar isso e dar a nossa mão a palmatória: o Brasil não se resume em ser apenas um país sem seriedade alguma, é um país de um povo tremendamente irresponsável.

Apenas culpamos os nossos despreparados governantes e os irresponsáveis políticos pelos problemas que temos, quando na realidade nós também temos muita responsabilidade pela situação em que o país está!

Veja o exemplo que estamos vivendo neste momento:

Soubemos ser patriotas, com o maior civismo do mundo, neste mês de junho, comprando milhões de bandeiras nacionais nas lojas, comprando todo tipo de roupa e enfeite verde e amarelo, fizemos coletas com toda a vizinhança para pintar as nossas ruas, colocar bandeirolas, e tudo apenas por causa de algo que nada mais é do que uma competição esportiva.

O comércio todo pára, nós paramos, as ruas ficam desertas, até pessoas que não gostam de futebol se envolvem com este momento que nada mais é que uma simples competição esportiva.

De repente entra em campo um pequeno grupo de brasileiros que não vive no Brasil, que não tem qualquer compromisso com o país, desprovido de qualquer preocupação com o sentimento de mais de 180 milhões de brasileiros, atuando displicentemente, sem qualquer raça, determinação, empenho e amor, porque estão preocupados apenas em preservar as suas pernas que não podem se machucar, a fim de não comprometerem os seus milionários contratos em dólares ou em euros, sendo vergonhosamente desclassificados dessa competição.

Aí o mundo desaba para o país inteiro. Tristeza total do Oiapoque ao Chuí, baixo astral em toda a Nação como se tivéssemos sido vítimas de um tsunami arrasador.

Desculpe-me, gente! Mas não posso tirar a razão do velho General De Gaulle.

O Brasil apenas não é um país sério, é um país extremamente irresponsável.

Questionemos a nós mesmos:

Será que o país inteiro ficou tão triste, deprimido e em profundo baixo astral quando tomou conhecimento dos escândalos do mensalão, dos sanguessugas das ambulâncias, dos desvios dos recursos públicos na cueca, na mala e nas contas no exterior?

Será que o país se revoltou tanto com os Delúbios, os Silvinhos, os Marcos Valérios, os deputados do mensalão e esse monte de canalhas que faz e vai continuar fazendo a politicagem nacional, pelo menos dez por cento do que está revoltado contra o Cafu, Roberto Carlos, Ronaldinho e Parreira?

Ora, vá procurar o que fazer, povo brasileiro!!!!

Não deixe apenas de ser irresponsável, deixe de ser burro!!!!!!

Um país onde milhões se preocupam com punições para a fictícia Bia Falcão e não está nem aí para os reais deputados corruptos do mensalão que foram absolvidos pela própria Câmara Federal, não tem outra qualificação.

Agora você retira a bandeira nacional da janela da sua casa no momento em que o país mais precisa dela hasteada?

Vamos continuar de braços cruzados, meus amigos e minhas amigas, inertes e pacientemente esperando em berço esplêndido o dia das eleições chegar, para ver como é que fica.

Vamos entregar nas mãos de Deus, não é? Esperar que Nossa Senhora Aparecida dê um jeito, os mentores espirituais tomem providências, enfim, um país cristão não tem que temer nada, não é verdade?

Será que não dá para perceber que, em relação aos destinos do país, o povo brasileiro está exatamente como estiveram Cafu, Roberto Carlos, Kaká, Ronaldinho e todos aqueles rapazes na Alemanha, parados, sem movimentação alguma, esperando a banda passar, moles, displicentes e acomodados? Vamos ficar iguais ao Parreira, sentado naquele banco sem se mexer vendo o tempo passar?

A omissão deles perde apenas a oportunidade de, mais uma vez, termos um título futebolístico de campeões do mundo; a nossa faz o país perder a dignidade e adquirirmos o conceito de um dos países mais irresponsáveis do mundo, traduzindo no sofrimento real da própria população.

Gente! A ordem e o progresso de uma nação não se faz com uma bola!

Que moral vamos ter, a partir de 1 de janeiro de 2007, para reclamarmos da corrupção que, com certeza, vai continuar; da impunidade explícita de canalhas políticos que com certeza vai continuar, dos assaltos que os bancos fazem ao país, aumentando os seus lucros cada vez mais às custas do sangue do povo, que com certeza vai continuar?

Se não estamos nem aí para este processo político que requer uma mudança radical partindo de todo o povo brasileiro, vamos voltar com as caras mais cínicas do mundo a protestar para quem?

Protestar contra a nossa própria falta de atenção, indiferença, descaso, omissão e irresponsabilidade em não termos tido o cuidado de analisar bem, com muita antecedência, o histórico de vida, a ficha moral e nível espiritual dos candidatos antes de votar?

Temos aí os nossos dois principais candidatos a presidência da república apelando para a demagogia explícita, com essa conversa fiada de enganar as populações mais pobres, naturalmente mais irracionais, com o tal prato de comida a 1 real, do Alckmin, e outro pratinho de comidinha para o pobrezinho, oferecida pelo paternalista Lula?

É irresponsabilidade demais.

Que país de gente burra, meu Deus!

Está na hora de acordar, Brasil! Despertemos para a lucidez!

Se você retirou a bandeira da janela da sua casa, volte a colocar, desta vez com um pouco mais de sentimento patriótico, no demonstrativo claro que desta vez vamos todos contribuir para a mudança total.

Sem radicalismos, sem ódios, sem fanatismos e sem partidarismos saibamos selecionar candidatos com o mais apurado senso de responsabilidade, para que no futuro próximo possamos nos encarar no espelho e ver cara de gente e não cara de burros.

Patrioticamente.

Alamar Régis Carvalho

Analista de Sistemas

alamar@redevisao.net