O RISCO LULA
O RISCO LULA |
29.08, 16h58 |
por Ipojuca Pontes Alguns leitores, que os tenho em boa parte do País, me escrevem apreensivos com as próximas eleições. Um deles, Paulo Boccato, acadêmico de direito, diz que em pesquisas feitas na sua faculdade (está no quinto ano, numa classe de 70 alunos), e no seu bairro, em Bauru-SP, universo de milhares de eleitores numa cidade de 350 mil habitantes, o candidato Lula da Silva teve apenas dois votos. Ele contesta as pesquisas da Datafolha na sua cidade, a mostrar Lula na dianteira, com 47% dos votos, afirmando que tais pesquisas têm “algo de muito podre”. Por sua vez, o leitor Rodolfo Hazelman, advogado Já o leitor de nome Márcio, mais audacioso, identifica a irregularidade dos números das pesquisas em favor do candidato-presidente como uma espécie de preparação psicossocial para coonestar o futuro resultado das urnas eletrônicas fraudadas. Para dar credibilidade a sua argumentação, Márcio (mdelcistia@uol.com.br) informa, depois de transcrever substanciosa aula sobre urna eletrônica, que a única possibilidade de se garantir a integridade das urnas é o acoplamento de uma impressora dentro do aparelho, que por sinal já existe, mas que, “por proibição de Nelson Jobim (ex-presidente do Tribunal Superior Eleitoral), não deverá ser usada para imprimir os votos” comprobatórios. Na aula técnica transcrita, feita pelo especialista Carlos Tebecherani, é assinalado que se o programa (softwares) da contabilidade dos votos for alterado para que desvie somente 1 voto em branco (ou nulo) por urna, para um determinado candidato, ou legenda partidária – só Tudo isso pode parecer um surto de paranóia coletiva pré-eleitoral ou a própria emergência da teoria conspiratória. Mas pode ser também uma terrível e incomoda realidade. Quem sabe as duas coisas? De um modo ou de outro tais fatos ou especulações só revelam o quanto o País está dividido diante das próximas eleições, caminhando para alguma coisa semelhante ao que já se estabeleceu no México da Era Fox. Como será o No meu modesto entendimento, as perspectivas não são boas. Se Lula ganha, como apontam as pesquisas encomendadas, é possível que boa parte das instituições civis e a oposição política aprofundem até a exaustão a causa do impeachment, visto que existem elementos concretos para o seu encaminhamento. De per si, a partir da denúncia formulada ao STF pelo Ministério Público, os rumorosos escândalos do Mensalão da compra de votos dos parlamentares, a fraude dos vampiros da saúde, o escabroso caso das sanguessugas, os pagamentos em dólares via paraísos fiscais ao publicitário Duda Mendonça, e até mesmo os pagamentos não autorizados do amigo Paulo Okamotto, para não falar nos questionáveis investimentos da Telemar na empresa de Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha – todos formam, em conjunto ou isoladamente, um estupendo manancial para o legítimo pedido de destituição de Lula, o ex-operário relâmpago, por crime de responsabilidade. Por outro lado, a derrota de Lula para Alckmin, o segundo candidato nas pesquisas, hipótese não admitida pelo petismo fanático, poderá levar a elite dirigente do partido a empreender, como já aventado, “medidas estratégicas radicais” para mobilizar um exército de mais de 800 mil militantes, todos eles sedentos de postos dentro da parasitária máquina estatal, a fim de enfrentar o “golpe da direita” levado adiante pelos marxistas Zé Serra, Fernando Henrique Cardoso e o ex-stalinista Alberto Goldman, antigos aliados do sindicalista Lula no tempo da branda ditadura militar de 1964. Por enquanto, o quadro eleitoral é de morna refrega, com Lula como cavalo de militar em desfile de 7 de setembro (“cagando e andando e os outros olhando”), diante de um Alckmin sempre explícito e racional, explicando tudo muito direitinho, recusando-se a ver em Lula o que ele de fato é: um candidato detentor de todos os truques, que chega com todo gás na sua quinta campanha a presidência da República, com os cofres da Viúva (leia-se Petrobrás, Banco do O País, claro, está de ponta-cabeça, estacionado num índice de crescimento paralelo ao do Haiti, e o quadro internacional, por sua vez, aberto a franca recessão com a sintomática crise econômica dos Estados Unidos, parece não evidenciar o almejado céu de brigadeiro – mas, como diria o outro, e dai? (Se o brasileiro nada tivesse inventado, como, por exemplo, a palavra “fofoca” e a revista “Vamos Rir”, seria o feliz criador da expressão “e daí” – única realmente irrespondível). |
0 Comments:
Postar um comentário
<< Home