dois pesos e duas medidas
Porto Alegre,RS,12 de novembro de 2006.
Excelentíssimo Senhor General de Exército
FRANCISCO ROBERTO DE ALBUQUERQUE
MD Comandante do EXÉRCITO BRASILEIRO
Ilustre Senhor
Sou Oficial Reformado; fui declarado Aspirante-a-
Servi em várias Unidades e Grandes Unidades e, em certa época, por Portarias Ministeriais , permaneci durante 04 (quatro) anos à disposição do MINISTÉRIO DA AERONÁUTICA como Instrutor.
Fui transferido para a Reserva – por ter requerido – quando servia no Corpo Permanente da ESG na Função de Assistente-Secretá
Enquanto estive servindo na Ativa, por designação de Comandantes , durante muitos e muitos anos , exerci Funções de Segurança e de Informações – quer como S/2 , Chefe de Polícia , E/2 , Instrutor e outras. Também, freqüentei Estágios e Cursos vinculados às Áreas de Segurança e de Informações.
Em todas , mercê de DEUS e com muita dedicação – para compensar a falta de talento – tive razoável desempenho .
Ao ser transferido para a Reserva, tive a ventura de merecer referências de elogios por parte do então Comandante por ter sempre buscado o cumprimento de meus deveres além e acima do exigido.
Excelentíssimo Senhor General, se escrevo isso – que até poderá ser tomado como vaidade minha – é para buscar a caracterização de que Velho Soldado sou e que já passei por variadas e diferentes situações que não me abalaram mais do que o normal para qualquer homem de bem e temente a DEUS.
Ocorre, Senhor General, que nos últimos anos – ao mesmo tempo que mais se aproxima a Viagem Eterna - me assaltam preocupações nunca dantes vividas.
Refiro-me , por óbvio , ao revanchismo de pessoas desqualificadas que até recentemente eram tidas como ilegais e graças à Lei da Anistia se equipararam aos legais .
Pois ocorre , Excelência , que essas pessoas em lugar de estarem reconhecidas aos nossos Dirigentes da época por terem buscado a Anistia Geral e Irrestrita garimpam fatos não verdadeiros e/ou exageram no que foram submetidas e passam a idéia de serem vitimas da sanha de “ torturadores , algozes , bandidos “ quando , em verdade , foram combatidas por estarem à margem da Lei e da Ordem.
Temos - novamente , os Velhos Soldados – com enorme tristeza, tomado conhecimento da concessão de Indenizações e Pensões Especiais para supostas vitimas de “perseguição política” quando – na realidade – foram marginais.
Conforme AURÉLIO: ”... marginal... viver à margem da Lei... fora-da-lei.
Permito-me não citar nomes posto que são conhecidos via publicação em Diário Oficial da União. Os fatos alegados são falsos e restam mais do que comprovados ; a maioria , até em Livros , Artigos e Declarações de antigos parceiros de ações ilegais.
Mas , ilustre General , não é exatamente essa a questão ; as Indenizações e Pensões são – como regra geral – tão absurdas que até a Mídia Chapa Branca , vez por outra reconhece tais discrepâncias.
O que me traz medo – medo não é covardia – é a sensação de que um Velho Soldado que cumpriu com honra os deveres , a qualquer momento pode ser acusado de prática de crime no cumprimento desse dever e , pior de tudo , o EXÉRCITO BRASILEIRO – a quem serviu desde a juventude – não ter( para com ele ) a mínima solidariedade .
Vossa Excelência, por óbvio, já percebeu a que me refiro:
- o affaire envolvendo o Coronel Reformado CARLOS ALBERTO BRILHANTE USTRA que está sendo acusado – em Ação Declaratória – de ser torturador.
De pronto, desejo esclarecer :
- não sou parente , não sou de mesma Turma , não freqüentei Curso e nem servi com o ilustre Coronel USTRA ; o conheço por informações e por relatos de Oficiais e Praças que o conhecem pessoalmente e o admiram por ser o que foi e é ;
- nem na EsNI , quando lá estive como Instruendo e ele era Instrutor , o conheci ;
- nunca , em tempo algum , tive um só encontro com o distinto Cel USTRA e ele , por óbvio , nem sabe que existo ;
- repito : se o conheço é somente por informações de Militares que serviram com o mesmo e o respeitam como Oficial digno e merecedor de todos os elogios , homenagens e honras ;
- li , também , seus Livros e alguns Artigos que mais recentemente circulam pela Internet ;
- assim como ele (Cel USTRA) em cumprimento de Ordens e por total convicção própria combati durante anos os subversivos/
Pois, Excelência, o que está ocorrendo com o Cel Ref CARLOS ALBERTO BRILHANTE USTRA me traz a enorme preocupação de que , mais dia , menos dia , qualquer marginal poderá , também , lançar uma acusação sobre meu passado e estarei à mercê da infâmia/calunia/
Claro que a Lei de Anistia os livrou ( repito :”... marginais ...- conforme o AURÉLIO- : ... viver à margem da Lei... fora-da-lei.
Senhor General, digníssimo Comandante, não entenda o que escrevo como uma crítica ao esquecimento por parte do Alto Comando do EXÉRCITO das palavras do então Ministro WALTER PIRES que tomo a liberdade de lembrar:
"Estaremos sempre solidários com aqueles que, na hora da agressão e da adversidade, cumpriram o duro dever de se opor a agitadores e terroristas, de armas na mão, para que a Nação não fosse levada à anarquia".
Se não for esquecimento, por favor, determine a um Assessor informar as razões de não ter sido amplamente divulgada a solidariedade do ALTO COMANDO DO EXÉRCITO BRASILEIRO ao Coronel Reformado CARLOS ALBERTO BRILHANTE USTRA.
Lógico que não é esperada a solidariedade do Sr Ministro da DEFESA ; dele , nem pensar.
A (solidariedade) dos homens de FARDA era (e, é, ainda) aguardada. Se foi enunciada e divulgada, por favor, releve a não leitura por parte deste Velho Soldado ; talvez a minha quase senilidade tenha causado o desconhecimento ; ainda que julgue impossível pois o assunto ( falta de solidariedade) tem sido comentado largamente e não tem circulado o tão esperado apoio .
Tenho a exata noção que a maneira de Comandar é característica de cada homem; uns são assim e alguns , são de outra maneira.
Registra a História que NAPOLEÃO usava uma Jaqueta de cor vermelha para que , em caso de ser ferido e sangrar , a cor da farda escondesse a mancha de sangue e , assim , não seria alvo de dó e pena ; atualmente , alguns ( não poucos ) usam roupas intimas próprias à condução de dinheiro ; repito : cada um procede como é sua característica.
Senhor General , não considere ato de indisciplina e/ou arranhão à hierarquia : sou muito consciente de meu Posto e , por via de conseqüência , da subordinação que devo à Vossa Excelência , no entanto, como sou muito antigo(sou Praça de Março de 1951) e estando absolutamente indignado com o ocorrido com o Coronel Reformado CARLOS ALBERTO BRILHANTE USTRA , insisto em dizer alto e em bom tom :
- nós , os Velhos Soldados, não merecemos essa indiferença dos Chefes Militares ;
- temos a nítida consciência de que não somos simpáticos e/ou admirados pela esmagadora maioria dos atuais Dirigentes pois são – também em sua quase totalidade – oriundos das hostes que queiram impor ao País o comunismo – ou há qualquer dúvida a respeito ?...ou alguém pode pensar em coisa diferente ?.. ou existe algum ingênuo a dizer que “eles queriam a democracia e o bem do BRASIL ?”
Por derradeiro, Excelentíssimo Senhor General de Exército FRANCISCO ROBERTO DE ALBUQUERQUE – digno Comandante do EXÉRCITO BRASILEIRO – não tome como acinte e/ou desrespeito minhas “mal traçadas linhas” ; são , sim , um desabafo de Velho Soldado – que sou – por assistir a coisas que a razão não aceita .
Jamais, sequer imaginei, que assistiria as FORÇAS ARMADAS – e , por ser Soldado do EXÉRCITO - o EXÉRCITO BRASILEIRO sofrer calado , em quase lassidão , as mais cruéis calúnias , ofensas , acusações e , por incrível que possa parecer , prestar homenagens , referências e honrarias até para os seus mais ferrenhos contrários .
Assisti – não me contaram: EU VI – ser Condecorado/ Medalhado/Homenagea
Existe, sim, a Lei da Anistia e deve, por óbvio, ser respeitada e acatada , entretanto , a anistia não obriga e nem pressupõe convivência fraterna e nem confraternizaçã
Por não dominar o idioma e nem ser um experto no trato da Língua , fui ao AURÉLIO – novamente ele – e confirmei que Condecorar , Medalhar , Homenagear são , em resumo : distinguir , exaltar , tornar impar entre pares .
Excelentíssimo Senhor General – convenhamos – “distinguir, exaltar, tornar impar entre pares e coisaetal” para os que ultimamente foram Agraciados pelo EB, é (quase) inimaginável; mais, ainda, quando, ao mesmo tempo, é esquecida a solidariedade a um Militar como o Coronel Reformado CARLOS ALBERTO BRILHANTE USTRA.
São – não há dúvidas – dois pesos e duas medidas.
Respeitosamente,
RUI GARAVELO MACHADO .
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