O novo Bolívar: Gramsci
Resumo: Palestra do General Sérgio Augusto de Avellar Coutinho ajuda a explicar o quadro atual da política nacional e seu principal componente: o Gramscismo.
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Para combater politicamente a hegemonia gramscista no País, os partidos de oposição e as entidades não-alinhadas à esquerda devem defender as liberdades individuais e econômicas. Essa foi a tônica principal da reunião plenária de ontem da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), que teve como palestrante convidado o escritor e general da reserva Sergio Augusto de Avellar Coutinho.
O escritor fez uma explanação sobre as forças de esquerda no País, a partir de seu livro "A Revolução Gramcista no Ocidente". Um resumo do livro foi publicado em número especial da revista "Digesto Econômico", da ACSP, que foi distribuída aos associados e convidados na reunião.
A obra detalha os seis volumes de "Cadernos do Cárcere", do teórico italiano marxista Antonio Gramsci (1891-1937), com grande influência no Brasil, principalmente no PPS e em setores do PT, PCdoB e PSB. Gramsci, segundo Coutinho, tem discípulos na América Latina, como o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, líder da "Revolução Bolivariana" e participante do "Foro de São Paulo", que mantém a bandeira da esquerda internacional pós-colapso da União Soviética.
De acordo com o autor, a teoria gramsciana, ao contrário da leninista, que prega a conquista do poder pela força, prega a conquista da sociedade de forma pacífica para um governo socialista.
De que forma? O partido político conquista aos poucos a hegemonia da sociedade e destrói "as trincheiras liberais", como a imprensa, impondo um novo senso comum. Esse senso comum sufoca as forças de oposição. "O que eu escrevo no livro? Que o o senso comum é o conjunto das opiniões aceitas pela generalidade das pessoas da sociedade, fazendo com que as opiniões discrepantes pareçam desajustadas".
Coutinho deu exemplos: "A personalidade popular como protagonista da história nacional em substituição ao vulto histórico, apresentado como opressor; o preconceito, como qualidade que estigmatiza pessoas discordantes de certas atitudes; e a discriminação racial, dita como sutil e disfarçada, apesar de todas as evidências de que é falsa".
Na trincheira – O general Coutinho reforçou que documentos antigos do PT mostram a inclinação gramscista na forma de fazer política.
Segundo o autor, a partir de 1998, quando o tucano Fernando Henrique Cardoso se reelegeu, a oposição, especialmente o PT, pautou a política brasileira. "Isso foi muito ruim para a política brasileira. Como os partidos de situação ficaram inibidos, o PFL, por exemplo, nós ficamos sem alternativas no campo político. A esquerda está predominando até hoje".
Qual a força do gramcismo no governo Lula? Coutinho responde que a figura do presidente não está no centro da articulação. "Isso não depende do presidente Lula. O gramscimo está espalhado em várias forças e cabe à oposição (PSDB e PFL) e entidades democráticas fazer a luta política. No caso do Congresso, é preciso criar CPIs quando necessárias e denunciar desvios éticos do governo".
Livre pensar – Na avaliação do presidente da ACSP, Guilherme Afif Domingos, Coutinho mostrou de forma didática uma nova forma de ver a política nacional. Para Afif, a imposição do "politicamente correto" gramsciano se responde com o incentivo "ao livre pensar". "Nossa trincheira é o incentivo às iniciativas que representem todas as forças da sociedade, sem patrulhamento".
O cientista político Amaury de Souza, sócio-diretor da MCM Associados, destacou a necessidade de fortalecimento das forças contrárias à hegemonia gramsciana. "É preciso ocupar o espaço político e mostrar a força da sociedade, como fez a ACSP ao promover a palestra". Marcel Solimeo, diretor do Instituto de Economia Gastão Vidigal, da ACSP, acrescentou: "O general Coutinho nos mostrou a estratégia de ocupação de todos os espaços que comprometem a democracia". Dividiram a mesa principal Alfredo Cotait, vice-presidente da ACSP, Rogério Amato, secretário municipal de Assistência e Desenvolvimnento Social, e Ney de Araripe Sucupira, representante da Escola Superior de Guerra (ESG).
Publicado pelo Diário do Comércio em 14/11/2006.
Nota Editoria MÍDIA SEM MÁSCARA: Para maiores informações sobre o trabalho do General Coutinho, recomenda-se a leitura de seu livro A Revolução Gramscista no Ocidente, que pode ser adquirido através da Editora É Realizações.
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