Dirceu, Um Consultor a Peso de Ouro
Por Juliana Linhares e Marcelo Carneiro
A escassez de credenciais não impediu que o ex-chefe da Casa Civil formasse, em tempo recorde, uma portentosa carteira de clientes. Entre os já revelados, estão o empresário Nelson Tanure, dono do Jornal do Brasil, a Odebrecht, gigante da construção civil, e o banqueiro Daniel Birmann. Na Telemar, o papel do consultor José Dirceu é "ajudar" a empresa no projeto de fusão com a Brasil Telecom. Em relação a Birmann, sabe-se que o banqueiro continua interessado no setor de biodiesel – a menina-dos-olhos do governo Lula. Só a soma das atividades conhecidas de Dirceu rende ao ex-militante do Molipo (Movimentação de Libertação Popular, grupo guerrilheiro surgido a partir de uma dissidência da ALN, Ação Libertadora Nacional) ganhos mensais de, pelo menos, 150.000 reais. "Eu sou capitalista", tem dito o ex-ministro a amigos. A VEJA, ele não confirmou nem negou o valor de seus ganhos. Sua resposta: "Tenho um contrato de confidencialidade com meus clientes”
A conversão do ex-guerrilheiro ao capitalismo não é a única novidade na biografia recente do ex-chefe da Casa Civil. No fim do ano passado, Dirceu se separou de sua terceira mulher, Maria Rita Garcia, e, logo em seguida, anunciou o namoro com Evanise Santos, uma amiga dos tempos de governo. Os dois se conheceram em 2003. Na ocasião, Evanise, ex-professora primária, trabalhava na área de comunicação do Ministério dos Transportes. Por causa da crescente amizade com o ministro, conseguiu um posto no cerimonial do Palácio do Planalto e, logo depois, foi alçada ao cargo de assessora especial da Casa Civil, chefiada por Dirceu.
Juntos, os dois rodaram o mundo – ele, como ministro, ela, na qualidade de assessora. Viajaram para Egito, Estados Unidos, Portugal e Espanha. Evanise sempre se destacou entre as funcionárias do governo pela aparência vistosa. Loira química, gosta de usar terninhos coloridos (preferencialmente nas cores rosa-bebê e azul-claro) e de ousar na escolha de adereços, sempre em tons dourados.
Originalmente publicado na revista Veja.


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