I M P U N I D A D E - VERGONHA NACIONAL

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20070307

Guerra Fria para idiotas



Resumo: O último livro de John Lewis Gaddis é uma empresa didática de sucesso duvidoso, onde a tentativa de iniciar o público leigo na Guerra Fria converteu-se num manual do tipo "Guerra Fria para idiotas".

Além do fato de que, para Kruschev, a Alemanha Oriental nunca passou de uma enorme bolsa escrotal (vide suas metáforas bizarras, segundo as quais em Berlim estariam “os testículos do Ocidente”, e quando queria que o Kremlin desejasse ver o mundo livre “berrando“, bastava “espremer em Berlim”), a única conclusão que se pode extrair de História da Guerra Fria (Nova Fronteira, 2006, 308 páginas, R$ 33,00) é que seu autor, John Lewis Gaddis, não é, em definitivo, um intelectual talhado para escrever ao público não-iniciado. O Gaddis desse tomo ginasial nem de longe lembra o autor de We Now Know It — Rethinking Cold War History e de The Long Peace: Inquiries to the History of Cold War, obras em que os problemas não eram dados ao leitor de forma “digerida” ou com a aparência de um produto de didatismo forçado. Tratava-se, antes, de situações lançadas sem muito cuidado formal, ao mesmo tempo enunciativas e complexas, que terminavam merecendo longas observações digressivas, mesmo idiossincráticas, do autor, e não é nenhum exagero dizer que é precisamente aí que reside a competência intelectual de John Lewis Gaddis. A lástima é que, em seu último livro, nada do que o distinguiu entre os batalhões de historiadores da Guerra Fria está presente.

A se julgar viável a organização de uma “escala” intelectual, poder-se-ia dizer que Gaddis se encontra no mesmo nível de um Niall Ferguson ou de um Jean-François Revel. Ocorre que, para os dois referidos autores, o manejo da densidade intelectual conjugada a um certo “deboche” narrativo é algo que flui naturalmente, sem que se precise apelar a uns humores vulgares. O mesmo não é válido para Gaddis, que apresenta ao leitor uma empresa didática inconfundivelmente mal-sucedida. Ao tentar emular a erudição frugal de um Ferguson ou de um Revel, o professor de Yale mostra que, sob sua pena, ‘Guerra Fria para leigos’ é sinônimo de ‘Guerra Fria para idiotas’.

É possível que a intenção do autor tenha sido sumarizar as teses sustentadas em We Now Know It e os debates empreendidos em The Long Peace, e logo ao prefácio ele revela ao leitor o meio que pretende utilizar para levar o propósito adiante: “resgatar” a história da Guerra Fria para as “novas gerações”, que vêem no conflito um evento tão distante e desvinculado de suas próprias existências quanto a Guerra do Peloponeso. Há referências meio emotivas à introdução do tema aos calouros em Yale, e, já ao princípio da leitura, tudo que um indivíduo iniciado no estudo do assunto — e familiarizado com as obras de Gaddis — pode pensar é que um dos historiadores que assessoram o presidente dos EUA julgou por bem se entregar a um messianismo didático, e, qual um aborrecido professor secundarista, desce às etapas mais primárias do raciocínio para fazer com que um grupo de leitores na puberdade se dêem conta do fato de que o simplismo intelectual e o complexo de inferioridade de Kruschev quase levaram ao fim da civilização em outubro de 1962, ou que Eisenhower não era toda aquela bonomia paterna que seu semblante sugeria, mas que estava disposto a varrer o mundo do mapa se o mesmo Kruschev resolvesse “espremer os testículos do Ocidente” em Berlim.

Há atenção em excesso conferida às agitações de 1968, uma quase indiferença em relação à sucessão de imbecilidades que foi a administração Carter e todo aquele afeto prosélito pelo jeitão simplório de Ronald Reagan. Como não poderia faltar, Gaddis menciona, com um partisanship de fazer inveja a qualquer porta-voz da Casa Branca, o discurso de Reagan na Universidade Estatal de Moscou, em 1988, em que o chefe do Executivo norte-americano pediu, em formato discursivo próprio de um estudante ginasial, que os assuntos de estado entre EUA e URSS dessem lugar a uma reflexão sobre as vidas de dois casais imaginários, um norte-americano e outro russo, e a identidade que haveria entre seus sonhos e seus caracteres. Um assessor de Reagan chegou mesmo a perguntar quem havia incluído “aquela porcaria” no discurso presidencial, e bem é de se crer que sua avaliação estivesse correta, pois a única razão pela qual o construtivismo reducionista do “Grande Comunicador” funcionou foi a de que, na primavera de 1988, a URSS já era um edifício imperial apodrecido, cujas bases o camarada Gorbachev não cansava de golpear, fosse ao realizar a retirada soviética do Afeganistão de maneira quase tão desastrosa quanto a norte-americana do Vietnã, fosse deixando Honecker com as calças na mão na Alemanha Oriental e negando o auxílio de Moscou para que o governo alemão reprimisse as manifestações em Berlim e Leipzig.

A revista moral de Gaddis é justa, e talvez a única propriedade do livro tenha sido concluir o óbvio: a URSS, diferentemente do III Reich, não foi derrotada por um inimigo externo — ela simplesmente implodiu, porque o mundo e suas clivagens não são realidades em si absolutas, mas entes dinâmicos e relativos, que estão em constante comparação uns com os outros. A incapacidade soviética em ombrear os prodígios ocidentais em incontáveis domínios — eficiência, conforto, abundância, variedade e disponibilidade de bens, liberdade de expressão, iniciativa etc. — foi, ultima ratio, o algoz do marxismo-leninismo, que pereceu do mesmo mal que havia previsto tombar o capitalismo. Que os “engenheiros sociais” se inteirassem disso já seria uma contribuição de monta ao fim do besteiróis coletivistas que assolam outras paragens, bem distantes daquelas estepes eurasianas que se auto-intitularam, com presunção bem própria aos deterministas históricos, o “Paraíso dos Trabalhadores”.
© 2007 MidiaSemMascara.org - por Lindolpho Cademartori 

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