Lição de Lênin para Chávez

Lição de Lênin para Chávez

Por cortesia de amigo liberal, recebi matéria publicada em La Nación, de Assunção, Paraguai, de 25 do corrente, contando da invasão de dois frigoríficos na Venezuela.

Diz a matéria que o gauleiter Hugo Chávez "festejou ontem a tomada de dois frigoríficos pelas autoridades por presumidamente haverem se negado a vender carne pelos preços regulados pelo governo". Ocorre que, e acordo com recente legislação, as autoridades ficam autorizadas a expropriar empresas em nome do combate ao "açambarcamento é especulação".

A notí­cia foi transmitida pelo próprio presidente, em seu programa de rádio, "Aló presidente", com que martiriza diariamente a população venezuelana. Em sua arenga, o gauleiter, segundo o noticiário, "celebrou com aplausos e expressões de júbilo" a apropriação, pelo Estado, dos frigorí­ficos. "Conquistamos o primeiro objetivo, a guerra continua. Se tivermos de fazer isso todos os dias, o faremos", afirmou. E concluiu que a empresa "vai ser de toda a sociedade, os trabalhadores serão os gestores, vão prestar esse serviço público e vão se beneficiar, mas não se tornarão ricos, milionários".

Que o Coronel fique atento. É aí­ que mora o perigo, essa história de os trabalhadores — supostamente através de seu sindicato, quem mais? — passarem a gerir o frigorí­fico. Se essas pessoas tivessem capacitação, gosto e vontade de assumir riscos, não seriam trabalhadores, seriam empresários.

O Coronel deveria ouvir o conselho de quem foi do ramo. Um terrorista de verdade, muito mais sanguinário que o gauleiter, pelo menos até agora. Влади́мир Ильи́ч Улья́нов (isso mesmo, Vladimir Ilyich Ulyanov, alias, Lênin), Vladimir Ilyich Ulyanov, alias, Lênin). Lênin advertiu em sua famosa obra Que fazer? (as questões palpitantes do nosso movimento), publicada em março de 1902, que não se deveria deixar a nenhum sindicato — de fato, a nenhum sindicalista — tomar a direção do que quer que fosse do Estado.

Sábias palavras, que revelam não a sabedoria do personagem, mas o lugar comum. Infelizmente, a Venezuela pode estar no caminho desaconselhado por Lênin, a exemplo de um outro paí­s vizinho, que já padece desse mal.

Redação Roberto Fendt - Vice-Presidente do Instituto Liberal