O país está mergulhando em anarquia incontrolável.
Matéria da Folha de S. Paulo da sexta-feira (30), assinada por Marta Salomon, levantou que “mais de uma a cada três notas fiscais apresentadas para justificar gastos da Presidência contêm irregularidades”
Tal conclusão é fruto de auditoria realizada pelo TCU (Tribunal de Contas da União). Para se ter idéia, somente neste ano as despesas efetuadas com cartões “já ultrapassam três milhões e 400 mil reais”.
Notas fiscais adulteradas e irregulares são utilizadas na maior tranqüilidade. Em 2003, ano inicial do primeiro mandato petista, foram gastos nove milhões e 300 mil reais, despesas pagas com cartões.
Em 2006, as despesas alcançaram a espantosa cifra de 40 milhões e 700 mil reais. As informações a respeito da irregularidade no uso de cartões de crédito da Presidência foram dadas pelo blog “Alerta Total”, ainda na quinta-feira (29). Mas se viram anuviadas no efeito seqüencial da interminável crise aérea.
Extasiadas com o próprio umbigo, “autoridades” de todos os quilates se amontoaram na quinta-feira no Palácio do Planalto, testemunhando a posse de alguns dos 36 ministros. A ordem do reino é no sentido de se evitarem CPIs.
Diante de um presidente cheio de gracejos e colocações de nível duvidoso (dizendo que “gente puxando o saco não dá certo”), os novos premiados com benesses e vantagens infindas aplaudiam e se deleitavam. Riam à-toa, satisfeitos e plenos!
Na mesma tarde, o presidente foi para Pernambuco assistir o espetáculo da Paixão de Cristo (Nova Jerusalém). No dia seguinte, embarcou para os EUA e tomou conhecimento de que a crise aérea ressurgira a todo vapor.
O despreparo exibido pelos que assumem cargos administrativos no Brasil agrava situação delicada e nos coloca diante do imponderável. Some-se a isso o fato de muitos dos ungidos serem acusados de pencas de atos ilícitos. Em qualquer país sério, a análise do currículo de boa parte dos que aí se encontram culminaria em prisão.
E a maior dificuldade reside, justamente, na ausência de alternativa. É cenário inquietante a oferecer lastro para o aparecimento de aventureiro. O poder civil no Brasil está desmoralizado.
Desmoralizou-
Se Dom Luiz Inácio está se fiando em pesquisas que o colocam numa redoma, como se estivesse muito acima de todas as desgraças nacionais, perde o seu tempo. Vai chegar o momento em que a cobrança será avassaladora e ele não terá, como até aqui ainda não teve, nada a dizer ou a apresentar de positivo.
É sabido que sua excelência não gosta de ler, e que se coloca sempre como exemplo de um bem-sucedido emerso do nada. Mas seria aconselhável pedir, a um dos seus intelectuais de plantão, que discorresse sobre Maquiavel na abordagem a respeito da oscilação do humor das pessoas.O país está mergulhando em anarquia incontrolável.
Márcio Aciioly é Jornalista.
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