I M P U N I D A D E - VERGONHA NACIONAL

É INACEITÁVEL QUE A IMPUNIDADE E A VIOLÊNCIA SEJAM TRANSFORMADAS EM VALORES LEGÍTIMOS DO MORAL NACIONAL*** Não existe democracia onde não existe segurança do Direito com Soberania, Paz Social, Progresso, Integração Nacional e Integridade do Patrimônio Nacional.

20070417

Profetas do capitalismo global


Profetas do capitalismo global
por Olavo de Carvalho em 17 de abril de 2007

Resumo: Enquanto os capitalistas nada tiverem a opor ao projeto socialista senão conceitos econômicos e a concepção de uma democracia baseada no mercado, eles estarão trabalhando para o socialismo. Se economicamente o socialismo é um fracasso, isso não diminui a sua capacidade destrutiva, aumentada ainda pela tentação capitalista de fazer a revolução cultural antes que o socialismo a faça.

© 2007 MidiaSemMascara.org

O crescimento assustador do movimento esquerdista no mundo desde a queda da URSS deveria alertar os liberais e conservadores para que largassem de triunfalismo bocó e começassem a examinar seriamente a fragilidade das suas próprias certezas. A mais vulnerável delas é a de que a superioridade econômica intrínseca do capitalismo acabará fatalmente por prevalecer no fim das contas, trazendo ao mundo, na esteira da liberdade de mercado, o sonho dourado da democracia mundial.

PRIMEIRO: não é previsível que a racionalidade econômica consiga domar tão facilmente as tremendas forças irracionais desencadeadas há séculos pelo advento das ideologias revolucionárias trazidas aliás no bojo do próprio sucesso capitalista. Até hoje ela não fez isso senão em áreas minúsculas da superfície terrestre, e mesmo assim de maneira vacilante e precária. A capacidade humana para a otimização racional da economia em bases capitalistas não é dom inato nem causa sui : é o produto de milênios de civilização e o resultado de um equilíbrio espiritual muito raro, difícil de obter e fácil de perder. Um pouco de conhecimento das raízes culturais daquilo que defendem não faria mal algum aos teóricos da “salvação pela economia de mercado”. Sugiro começar por The Victory of Reason: How Christianity Led to Freedom, Capitalism, and Western Success, de Rodney Stark (New York, Random House, 2005) e The God That Did Not Fail: How Religion Built and Sustains The West, de Robert Royal (New York, Encounter Books, 2006 – o título é um pendant de The God That Failed, a hoje clássica antologia de desiludidos do comunismo, entre os quais Arthur Koestler e Ignazio Silone).

O capitalismo não brotou de nenhum plano genial, não nasceu numa prancheta de engenheiro social: foi-se formando aos poucos, do arranjo progressivo de uma multidão quase inabarcável de fatores sociais, culturais, políticos e religiosos. Não podemos confundir a sua realidade histórica complexa e viva com a sua posterior redução mental a um conceito simplificado, a uma “essência” transportável. No artigo anterior vimos que Marx caiu nessa. Mas os amigos do capitalismo também não escapam da tentação. Sua concepção da essência capitalista é quase farmacológica. Falam em “injeções de capitalismo” com a segurança e a empáfia de salvadores do mundo. Duas décadas atrás, prometiam dissolver a ditadura chinesa na poção mágica do livre mercado. Riam dos escrúpulos do investidor que relutasse em fomentar com seu dinheiro a prosperidade de um regime carniceiro. Os fatos mostraram quem tinha razão. O que se vê na China de hoje é uma riqueza deslumbrante em cinco cidades, a miséria indescritível em todo o resto do país e, imperando sobre o conjunto, o Partido cada vez mais poderoso e inabalável, usando os lucros do livre mercado para acumular bombas atômicas na esperança de jogá-las... onde? No Paraguai? Em Catolé do Rocha?

Os homens que criaram o capitalismo eram religiosos protestantes, imbuídos da noção de que o comércio era o campo preferencial para a prática coletiva das virtudes cristãs. Os homens que o teorizam hoje em dia são tecnocratas materialistas e economicistas, que não entendem um “a” da complexa estrutura espiritual da civilização e apostam cegamente em fórmulas mágicas que lhes parecem muito científicas. Foram eles que celebraram a queda da URSS como o advento do paraíso global democrático-capitalista. O que a década seguinte lhes trouxe foi o crescimento avassalador da rebelião esquerdista e a ocupação cultural da Europa pelos invasores islâmicos. Procure algum guru empresarial que tenha previsto esse desenvolvimento. Não encontrará nenhum. No entanto, os estudiosos de religiões comparadas já o previam desde a década de 30. Eles não são idiotas o bastante para acreditar que a economia determina o curso da história. Não são meros marxistas com sinal trocado como aqueles a quem o empresariado paga rios de dinheiro para que o intoxiquem de ilusões.

SEGUNDO: A crença de que é possível construir uma sociedade espiritualmente neutra baseada na pura racionalidade econômica e na mecânica dos “interesses” é ela mesma uma ideologia revolucionária, que como tal só serve para solapar as últimas barreiras opostas pela civilização judaico-cristã ao avanço aparentemente irrefreável do totalitarismo no mundo.

Essa ideologia, que hoje muitos entendem como a encarnação mais pura do capitalismo, surgiu três séculos depois da prática capitalista e jamais foi adotada na Inglaterra ou nos EUA. Ela é a herdeira direta dos Lockes, Mandevilles e Benthams – a ala materialista e utilitarista do iluminismo inglês, a que me referi em artigo anterior – e o único país que acreditou nela foi a França. Leiam Le Mal Français , de Alain Peyrefitte (Paris, Plon, 1976), e verão no que deu: um capitalismo capenga, hiper-regulamentado, que reduziu ao estado de potência de segunda classe aquela que dois séculos e meio atrás era a nação mais rica e poderosa do universo.

TERCEIRO: A experiência mostra que um núcleo de racionalidade econômica não apenas pode coexistir com a irracionalidade revolucionária em tudo o mais, mas ainda contribui decisivamente para expandi-la, uma vez que, no deserto de valores criado pela própria ilusão economicista, a prosperidade crescente multiplica ad infinitum o “proletariado intelectual” das universidades, a multidão de ativistas e ongueiros, a burocracia virtual, classe revolucionária por excelência.

QUARTO: Quando os capitalistas decidem criar canais de ação por onde escoar a energia sobrante da burocracia virtual, mas já estão eles mesmos espiritualmente secos e esturricados pela sua própria ideologia economicista, o melhor que conseguem fazer é subsidiar e tentar controlar de longe movimentos de massa que se tornam tanto mais odientamente anticapitalistas quanto mais tentam esquecer, em vão, a farsa dinheirista em que se sustentam.

QUINTO: Mediante um esforço gigantesco de engenharia social, os interesses dos movimentos revolucionários de massa podem ser levados a convergir com o das grandes corporações capitalistas, mas que outra forma pode assumir esse arranjo matrimonial senão a do “mundo planejado”, a utopia global de Herbert George Wells, o triunfo final do socialismo fabiano, burocratização do universo e ante-sala do comunismo mundial?

Marx tinha alguma razão ao dizer que o capitalismo traz em si as sementes da sua própria destruição, mas essas sementes não estão na miséria crescente, na diminuição do consumo e na expansão ilimitada do proletariado. Simetricamente ao contrário, estão na prosperidade crescente que multiplica ilimitadamente a classe dos intelectuais ociosos, na expansão avassaladora da “indústria cultural” que os lisonjeia e aquece suas ambições e, por fim, na cooptação dos próprios capitalistas como financiadores da revolução mundial, embriagados pela falsa onipotência da economia de mercado desligada dos fatores culturais e religiosos que a geraram. Um bom economista com algum gênio filosófico – isto é, um sujeito que fosse as duas coisas que Marx imaginava ser – teria podido prever esse desenvolvimento já no tempo dele. Infelizmente, o advento do próprio marxismo desviou o eixo da discussão para as virtudes respectivas, reais ou supostas, da economia socialista e capitalista. Mesmo depois que Ludwig von Mises demonstrou a absoluta inviabilidade da primeira, o debate continuou equacionado como um confronto entre dois sistemas econômicos. Erro mais alienante não poderia haver. O socialismo não é sistema econômico nenhum, é apenas uma casca ideológica construída em cima de uma economia que, informalmente, continua capitalista. Capitalista em sentido duplo: pela dose cavalar de capitalismo clandestino que o governo socialista não pode erradicar de maneira alguma e pela dependência crônica da ajuda proveniente dos países capitalistas (sobre esses dois aspectos, leiam, respectivamente, Russia’s Economy of Favours: Blat, Networking and Informal Exchange , de Alena V. Ledeneva, Cambridge University Press, 1998, e o já aqui citado The Best Enemy Money Can Buy , de Antony C. Sutton, Billings, Montana, Liberty House Press, 1986). Pelo lado econômico, o socialismo nunca foi nem será páreo para o capitalismo: o perigo que ele oferece é cultural e político: cultural, pela energia inesgotável que suga do próprio capitalismo através do crescente “proletariado intelectual”, como já expliquei acima; e político, pelos regimes teratológicos que vai criando aqui e ali, sempre com o apoio dessa massa ambiciosa e barulhenta.

Enquanto os capitalistas nada tiverem a opor ao projeto socialista senão a funcionalidade econômica e a concepção mecanicista de uma democracia baseada no modelo do mercado, eles estarão trabalhando para o socialismo. Se economicamente o socialismo é um fracasso, isso não diminui em nada a sua capacidade destrutiva, aumentada ainda pela tentação capitalista de concorrer com ele nos seus próprios termos, isto é, de fazer a revolução cultural antes que o socialismo a faça.

Mesmo supondo-se que a previsão do sucesso global da economia de mercado se revelasse acertada no fim das contas, ainda restariam duas perguntas fatais:

( 1 )Quando é “o fim das contas”?

( 2 ) Quanto vai custar a espera? Quais os danos que o socialismo, não por seu sucesso, mas pelo seu fracasso estrondoso e sangrento, vai trazer à humanidade até o dia em que todos os cérebros reconheçam que, afinal, o capitalismo não era tão ruim quanto o imaginavam?

Os capitalistas que, desde o começo do século XX, subsidiaram generosamente o socialismo soviético na esperança de lucrar seja com o seu sucesso, seja com o seu fracasso, não erraram no seu cálculo econômico. Aqueles que hoje alimentam com seus investimentos a economia chinesa também não perdem dinheiro com isso. Apenas, fomentam por esse meio o genocídio sem fim e a revolução mundial que não criará uma economia socialista viável, mas transformará o capitalismo num inferno burocrático-policial fabiano.

O problema não é saber quem vai vencer no campo econômico. A hipótese socialista não existe. O problema é saber quanto vai custar a vitória do capitalismo. O preço ameaça ser mais alto do que a espécie humana pode pagar, se os capitalistas continuarem se recusando ao combate e prolongarem artificialmente a vida de um adversário que já nasceu moribundo. Um ataque decisivo e multilateral às ambições socialistas pouparia à humanidade sofrimentos inúteis e desnecessários como aqueles que foram impostos à Rússia e à China pela mistura de omissão e de falsa esperteza dos capitalistas ocidentais.

Na escala nacional, o momento de uma reação decisiva até já passou, e os que teriam a obrigação de liderá-la nem mesmo o perceberam. Se querem um indício do presente estado de coisas, leiam esta mensagem postada numa lista de discussões por um remetente que, por motivos de segurança, a assina com pseudônimo:

“Até agora, os usineiros e senhores das plantações de cana de açucar fingiram-se de mortos, enquanto o MST barbarizava com as propriedades de pecuaristas ou de plantadores de roça. Agora está chegando a hora deles. Este link ( http://www.folhadaregiao.com.br/link.php?codigo>65876 ) mostra um país sem lei, sem ordem e brevemente sem progresso... Se vocês vissem o que está acontecendo aqui na minha região, ficariam muito, mas muito preocupados. Não há missa que não tenha coleta de alimentos para os ‘irmãos camponeses’... Não há missa em que não se peçam ofertas para pagar gasolina e óleo diesel para as caravanas em apoio à reforma agraria... Só que estão atacando fazendas produtivas, com anos de exploração produtiva, matando gado, destruindo plantações, numa corrida de vandalismo que dá para ficar perplexo. Excetuando os jornais de interior, como o do link , você quase não vê ou assiste nada na TV. Portanto, os que moram em cidades grandes não estão sabendo do que ocorre por aqui. Estamos já vivendo uma chavização do campo e parece que ninguém ainda percebeu...”



Publicado pelo Diário do Comércio em 16/04/2007

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